O Cerco de Leninegrado, Rússia, 2006.
A contracapa do filme descreve-o da seguinte forma:
” Abdicando de narração e legendas explicativas, Sergei Loznitsa – um dos mais promissores realizadores contemporâneos – recorre a imagens de arquivo raras para construir um poderoso e inquietante documento sobre o dia-a-dia dos habitantes da cidade de Leninegrado durante o cerco que durou 900 dias, de Setembro de 1941 a Janeiro de 1944, durante o qual Hitler tentou capturar a cidade soviética.
Com as imagens agrupadas por temas (as medidas defensivas, os bombardeamentos, a procura desesperada por água e comida, entre outros) Loznitsa recorre a sons meticulosamente criados para o filme para transportar o espectador para um dos mais terríveis episódios da Segunda Guerra Mundial e do qual resultaram 600.000 baixas civis.”
Estamos, na verdade, diante um filme grandioso, visualmente aterrador, e que nos permite compreender porque é que o povo russo é um povo sofrido. Leninegrado é hoje São Petersburgo. Toda a cidade teve de ser reconstruída a partir da miséria física e moral. Talvez nunca se tenha levada a guerra a este extremo, a tal crueldade.
Com um registo claramente documental, muito à semelhança de Noite e Neblina de Alain Resnais, este é um filme que pertence à história memoralista do mundo. É imperdoável viver sem assitir O Cerco de Leninegrado, devemos isso à memória daqueles que pereceram vítimas do absurdo e da inumanidade. São pouco mais de 50 minutos confrontados com o horror da história e da capacidade do Homem para o mal.
Repito, este é um grandiosíssimo filme. Para ver e reflectir!
Categorias:Filosofia
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