FESTA DE OUTONO
Luz da noite, brilho ardente da escuridão,
A madrugada cai. Ao longe um corpo
Ora reza ora sorri
prostrado diante de um Cristo.
Sacrilégio. Ira dos dias de outrora.
No templo de Iovis o lamento impera.
Passou o tempo.
Da boca, nem silêncio nem linguagem.
Gemidos de desespero,
Sufoco das delícias tão só,
Alucinações e desespero e angústias.
A loucura do homem num êxtase orgiástico.
Maldição da noite.
Herdeiros de um panfíbio.
Ou o sopro pestilento de Adão.
Aquele jovem, pobre, vindo das entranhas de Putifar,
Não se vergou diante da vergonha,
Sorveu a força e a glória da noite.
Da sua estela imponente jorrou o néctar da vida.
Vos estis gloria et lux mundi.
São Martinho Tomás, 16.X.2016
Categorias:Poesia
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